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Falta de colaboração entre os movimentos universitário e a Universidade Federal de Uberlândia


Legenda: Alunos protestam em ambiente universitário em busca da melhora da quallidade de ensino. Por Victória Monteiro.


A colaboração entre os coletivos estudantis e a universidade é um tema de extrema relevância quando se trata do engajamento nas lutas sociais. Historicamente, os coletivos e grupos estudantis têm desempenhado um papel fundamental na união dos estudantes em prol da luta por direitos, garantindo uma educação de qualidade e combatendo preconceitos, injustiças e violações dos direitos humanos. No entanto, a falta de iniciativa dos estudantes ou de preocupação por parte da universidade pode prejudicar a transformação do ambiente universitário e da educação como um todo. De acordo com os dados apurados, os últimos eventos voltados para os coletivos pela coordenação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ocorreram em 2017 e 2019, sendo eles o encontro de coletivos universitários e um evento de cadastramento de projetos. Diante desse cenário, surge a pergunta: a colaboração entre os coletivos e a UFU é efetiva?


As fontes participantes dessa reportagem são a pró-reitora Elaine Saraiva e o coordenador da Divisão de Promoção de Igualdades e Apoio Educacional (DIPAE) da UFU, além dos estudantes Guaraci Emengocré Caiapó Tupinambá, representante da União da Juventude Rebelião (UJR) e do Movimento Correnteza, Mel Oliveira representante do Movimento Olga Benário e Vinicius Faria representante da União da Juventude Comunista (UJC).


Publicações do site da própria universidade mostram que eventos que unem os coletivos e movimentos universitários foram realizados na UFU pela última vez em 2017 e 2019, sendo eles encontro de estudantes participantes de movimentos e cadastramento de coletivos, respectivamente. A partir disso, a pró-reitora declarou oficialmente que: “A partir de 2019, os eventos todos os coletivos vêm sendo executados juntamente com os meses temáticos dentro do calendário temático PROAE. Em todos os eventos, os coletivos são chamados para participarem do planejamento e elaboração em conjunto de cada mês temático conforme seu tema de atuação.”.


Apesar da pró-reitora afirmar a parceria, Vinicius conta que os eventos realizados pela universidade sempre recebem os mesmos coletivos, havendo pouca diversidade. Além da dificuldade de realizar eventos promovidos pelos estudantes, uma vez que a Reitoria os promove, mas sempre com muitas burocracias e limitações. “A gente não consegue organizar atividades políticas, o próprio auditório a gente não consegue reservar com o nome da UJC, por exemplo, ‘Roda de conversa com a UJC sobre Moradia Universitária’, a gente não consegue reservar o espaço, ao menos que um professor pegue e reserve, mas tire o nome político do evento (...) e a Reitoria traz que eles dialogam com os estudantes, porque existe um diálogo quase que artificial, existe um grupo no whatsapp com a Reitoria, mas só para repasses”.




Legenda: Alunos se reúnem e buscam dialogar sobre possíveis parcerias com a Reitoria. Por Victória Monteiro.


O coordenador Saulo comenta um pouco sobre o calendário, esse que foi programado pela coordenação em parceria com a reitoria, buscando em cada mês destacar uma luta social mas reconhece a insuficiência desses eventos: “Então a promoção de um único mês de visibilidade na temática é importante mas é insuficiente, são campanhas que precisam estarem permanentemente em ação no interior da instituição, então o assédio não ocorre só em Março, assim como a violência aos LGBTQIA+ não ocorre apenas no mês de Maio, o racismo não ocorre só em Novembro. É preciso que a universidade avance, esperamos que esse cenário mude com o avanço dos debates.”.


Mel traz ainda a importância de participarmos de movimentos sociais já que “lutam por nossos direitos, está justamente na falta de iniciativa que a própria universidade e os governos têm em garantir nossa permanência aqui dentro e os avanços das nossas pautas. Inclusive, pautando a mobilização dos estudantes em conjunto com a dos trabalhadores das universidades, para que assim, a gente consiga ter uma gestão da reitoria e das entidades estudantis que estejam preparadas para amparar qualquer mobilização que seja ao nosso favor”, buscando uma mobilização para um ambiente universitário mais acolhedor.


De fato as ações realizadas pela reitoria buscam esse diálogo, mas ainda não atendem totalmente a necessidade dos estudantes ou as reivindicações dos movimentos. Essa parceria ainda tem sido precária e não agrada o uso de um calendário fechado com eventos apenas em meses comemorativos. A luta social dentro das universidades é muito maior do que um mês de debates.




Legenda: Guaraci em entrevista sobre sua participação nos movimentos estudantis. Por Ingrid Gomes.


Guaraci destaca por fim a importância do movimento estudantil e como a união dos alunos pode impactar o posicionamento da universidade e trazer mudanças significativas em um futuro próximo. “Eu acho que a gente tem que partir do princípio que é até o lema do movimento Correnteza que é: Palavras convencem mas o exemplo arrasta. Dentro das universidades nós entendemos que nada adianta só falar e não fazer nada, norteia principalmente o movimento estudantil tomar a frente de todo o processo de construção, estruturação e principalmente revolução brasileira”.


Escrito por: Ingrid Gomes e Victória Monteiro

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