Redução do número de refeições servidas pelo RU afetam o dia a dia de universitários
É comum que durante o período de férias o número de refeições servidas pelos Restaurantes Universitários seja reduzido devido à baixa demanda e durante as férias de julho na UFU a situação não foi diferente. Contudo, apesar da baixa demanda estudantes de baixa renda que permanecem na cidade e dependem do RU tem suas rotinas e orçamentos afetados.
Devido a uma queda no número de refeições servidas pelo Restaurante Universitário, realizadas pela empresa terceirizada PJ Refeições, foi acordado entre a empresa e a UFU que os restaurantes dos campi Monte Carmelo, Pontal e Glória seriam paralisados até a volta às aulas da graduação. Enquanto os restaurantes no Umuarama e Santa Mônica permanecem servindo apenas o almoço nesse período
Mesmo com uma refeição sendo servida durante as férias a vida de universitários em vulnerabilidade econômica é diretamente afetada. Como é o caso de Arthur Martins, estudante do terceiro ano de jornalismo da UFU, que devido ao seu estágio no Grupo Luta Pela Vida durante o período de férias não pode retornar para sua cidade no estado de São Paulo.
O estudante que também recebe assistência estudantil, come praticamente todas as refeições no RU durante o período letivo, incluindo café da manhã, almoço e jantar. Arthur conta que o período de férias é um momento de atenção, uma vez que o número de refeições são reduzidas e seu orçamento para conseguir fazer todas as suas refeições em casa tem que ser repensado.
“Eu recebo o auxílio financeiro e também recebo o RU, por mais que os R$ 400,00 sejam extremamente importantes para a minha manutenção aqui, nas férias é como se o RU fosse disparado o que mais faz diferença.”
Além da questão financeira, o estudante de jornalismo aponta que sua rotina deve ser toda adaptada, já que para conseguir almoçar no RU ele deve almoçar mais cedo para conseguir pegar três ônibus e ir para o trabalho à tarde, já que o intercampi também para de funcionar durante o período de férias.
“Eu chego em casa às 19h, porque o ônibus demora 50 minutos. Então em um trabalho que era de 6 horas eu acabo gastando 8 horas fora de casa. O que complica ainda mais a rotina para poder fazer comida e ir ao mercado.”
A decisão de reduzir as refeições foi tomada com base nos monitoramentos diários realizados pela Divru e pela Divre. De acordo com a reitoria de pró-assistência estudantil, Elaine Saraiva, houve uma queda de 10% na média de utilização dos RUs, o que torna a execução do contrato com a PJ inviável.
“No contrato a empresa pode identificar a inviabilidade econômica de realização do contrato, ou seja, o custo de manutenção é maior do que as refeições concedidas.”
A Proae aponta ainda que os estudantes em vulnerabilidade socioeconômica e que indicam que continuarão em atividades acadêmicas são assistidos por uma chamada realizada no site da Proae por meio de um edital.
Apesar dos auxílios oferecidos pela UFU, muitos alunos passam por momentos de dificuldades durante o período de férias devido a redução do número de refeições pelo RU e se manifestam nas mais diversas plataformas, como o perfil do spotted no instagram.
Assim como Arthur, muitos estudantes argumentam que a necessidade de funcionamento do RU e dos auxílios da universidade não devem ser baseados no número de alunos que frequentam, mas pelo fato de que existem estudantes que precisam frequentar e usar esses auxílios.
“Ele não existe porque tem 100, porque tem 200 ou porque tem 3 mil estudantes. Nossa, tem 10 mil tem que funcionar mais ainda, não é assim. Tem gente precisando e pronta, a questão é que nas férias eles fazem isso para diminuir custos. Mas aí esses custos deveriam ser revertidos completamente para os estudantes que precisam.”
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